O QUE É O COMUNISMO?



    O Comunismo é uma das principais vertentes do pensamento socialista. É isso, o comunismo é um tipo de socialismo. Então para melhor explicar o comunismo, é necessário começar entendendo o socialismo e chegar ao ponto de distinguir, entre si, essas duas opções políticas e filosóficas. Mas a ideia básica é essa: todo comunista é socialista. No entanto, nem todo socialista é comunista, da mesma maneira que podemos afirmar que todo católico é cristão, mas nem todo cristão é católico.

    Na verdade essa atitude de procurar resolver os problemas sociais, propor melhorias no modo de vida existente e experimentar novas alternativas de arranjar as coisas, é uma atitude que se repete na humanidade ao longo da história. Desde os diálogos de Platão, passando por escritos teológicos da idade média, até o surgimento da literatura escrita, a busca por uma sociedade mais justa para todos sempre ocupou as mentes humanas. Na inicio da era contemporânea, essa atitude passou a denominar-se de socialismo.
Mas como criar um mundo melhor e como seria essa sociedade mais bem acabada? Esses são os elementos centrais na discussão que passou a distinguir os diferentes tipos de socialismo. O ponto de partida do surgimento da corrente socialista, denominada comunista, está nos escritos teóricos e na ação política, de Karl Marx e Friedrich Engels. Marx, na verdade, foi o maior estudioso do funcionamento e da estrutura da sociedade capitalista. Se ateve na análise dos mecanismos da acumulação da riqueza e na origem da exploração burguesa. Engels entre outras coisas, fez uma das melhores descrições históricas da situação da vida da classe operária inglesa em pleno processo revolucionário industrial. Ambos concordavam que a organização dos oprimidos era o fundamento para acabar com a opressão. Eles propuseram, entre outras coisas, o termo comunista, que vem de comuns.

    Isto posto, podemos conceituar o socialismo como um conjunto de ideias, pensamentos e teorias diversas que pretendem superar os problemas e as injustiças sociais e econômicas que caracterizam a vida no mundo contemporâneo, o mundo da economia de mercado, do liberalismo, o mundo capitalista. O socialismo representa a busca de alternativas para superar o capitalismo e construir um novo tipo de sociedade onde impere a igualdade econômica e a justiça social.

    As ideias socialistas nasceram no contexto do início da revolução industrial, fundamentalmente a partir de críticas as péssimas condições de trabalho, moradia e vida a que foram submetidos os operários do início da era capitalista. É interessante notar que, se por um lado a industrialização representou um progresso econômico e material, com o surgimento de novas tecnologias que envolviam a utilização de máquinas e motores na produção, por outro lado esse avanço não significou a melhoria na qualidade de vida de toda a população, especialmente aos trabalhadores envolvidos no trabalho empregado no funcionamento da produção fabril. Longas, penosas, extenuantes, monótonas e insalubres jornadas de trabalho, marcadas pela absoluta precarização e falta de segurança, compunham a rotina dos operários das primeiras fábricas. Os bairros operários que surgiram nas redondezas dessas fábricas, por sua vez, eram ambientes extremamente deprimentes, marcados por péssimas condições sanitárias com problemas de doenças, prostituição, violência e alcoolismo. Uma realidade cruel e desumana numa percepção humanística.

    Fato é que o termo comunismo não foi inicialmente muito utilizado pelos socialistas simpatizantes de Marx e Engels. Mas o teor de suas ideias, estas sim, passaram a ser adotadas e desenvolvidas por grande parte dos envolvidos na criação do incipiente movimento operário. Entretanto, algumas correntes socialistas, como os chamados por Engels de "socialistas libertários", os conhecidos e autodenominados anarquistas, questionavam a criação de uma estrutura organizativa hierarquizada. Engels propôs ainda o termo “socialismo científico”, que também não vingou muito, para a visão socialista dele e de Marx. Apesar de tudo, marxismo foi o termo que passou a ser utilizado para se referir as ideias tanto de Marx quanto de Engels.

    Foi após a vitória da revolução russa de 1917 que os socialistas bolcheviques recuperaram o termo comunismo, inicialmente proposto e acrescentaram a ele o símbolo da foice e do martelo, simbolizando a união dos trabalhadores do campo e da cidade na luta contra o capital. Também foram os bolcheviques que desenvolveram e aplicaram a teoria da organização do partido comunista, criando o princípio básico do centralismo democrático, que caracteriza os partidos comunistas até hoje em dia.

    A experiência russa e outras experiências socialistas pelo mundo, ajudaram a aprimorar e consolidar o comunismo como um tipo de socialismo organizado dentro de uma estrutura organizativa que é o partido comunista. Não existe comunista sem partido. E existem partidos comunistas pelo mundo todo. O projeto socialista dos comunistas não é o projeto para um país, é um projeto para o mundo. Não existe coisa que mais me incomode do que ver alguém chamar um país de comunista. Não existe país comunista, existem experiências socialistas. O comunismo é uma proposta para o mundo. Só chegaremos ao comunismo quando todos os países do mundo tornarem-se socialistas. O comunismo só irá surgir quando desaparecerem as fronteiras nacionais e os exércitos forem extintos. O comunismo é acima de tudo um mundo de paz. Até lá, contra a exploração, a alienação e a tirania, muita luta, sem perder a ternura jamais.

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