Antiguidade da África Ocidental

O rio Níger é o terceiro maior rio da África. Estudar a história da África significa conhecer melhor e desvendar o ambiente em torno desse grande rio, que nasce nas montanhas da fronteira das atuais Serra Leoa e Guiné, correndo em direção ao interior do continente avançando sobre a região do Sahel, até cair para o sul e finalmente desaguar no Atlântico, no golfo da Guiné.
Em torno da bacia hidrográfica do Níger, estabeleceram-se ao longo dos tempos vários grupos humanos. Perto da nascente desse rio encontram-se ruínas de cidades muito antigas e algumas cidades ainda habitadas como as ribeirinhas Djenné e a lendária Tombuctu (com outras grafias possíveis). Levantar a história dessas cidades e desses povos também passa pelo contato com inúmera lendas e mitos presentes na tradição oral dos habitantes dessa região. Fazem parte da cultura desses povos os contadores de história chamados Griôs ou Griots. Muitas dessas lendas citam cidades como Kumbi Saleh, ainda não definitivamente localizada e identificada no meio das inúmeras ruínas da região. O certo é que nessa região de cidades muito antigas houve uma intensa alternância de poder político entre seus governantes que estabeleceram altenâncias no domínio político e tributário sobre os povos que ali habitaram ao longo do tempo. O mais antigo império de que se dispõe de mais fontes para estudo é o Reino de Gana que foi incorporado mais tarde ao Império do Mali, que posteriormente foi dominado e incorporado ao Império Shongai.

Mas é na região ao norte da foz do rio Niger, na atual Nigéria, que viveram os Iorubás. Esse povo trazido como escravos para o Brasil pelos portugueses, desempenharam papel significativo na formação da cultura brasileira por meio de elementos religiosos, musicais e culinários. Os iorubás não chegaram a formar um império, viviam em cidades estados, entre as mais importantes Oyó, Benin e Ilê Ifé, essa última talvez a mais importante devido a religiosidade daquele povo que acreditava que esse lugar foi escolhido pelo Deus Olorum para ser o berço da humanidade.

Os Iorubás, como muitos outros povos africanos, dominaram a metalurgia antes dos europeus como demonstra esse vídeo da Universidade do Rio de Janeiro.


Ogum, Cultura Africana e o Ensino de Química

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