A Educação durante o Império no Brasil


Oralidade antes da escrita
"A educação começa em casa"

      Nos 67 anos de História do Império brasileiro, Estado e Igreja Católica promoveram juntos um sistema educacional que abrangia várias fatias econômicas da população. Logo após a Independência o governo monárquico com o apoio da Igreja e da classe aristocrática passou a regulamentar e educação pública e privada em nosso país. Na “Primeira Constituição do Estado Brasileiro”, outorgada por Dom Pedro I em 1824, no artigo 179, ao garantir “Direitos Civis e Políticos aos Cidadãos Brazileiros”,no inciso XXXII, instituiu a “instrução primária, e gratuita a todos os cidadãos”. entre  as palavras dos últimos e derradeiros parágrafos a Constituição prometeu ainda no inciso XXXIII  "Collegios e Universidades aonde serão ensinados os elementos das Sciencias, Bellas Letras e Artes".



    O Colégio Dom Pedro I criado em 1834, na “cidade neutra” do Rio de Janeiro Capital, foi o modelo do ensino público criado, mantido e regulado pelo governo imperial brasileiro. Diferente dos colégios dos padres e de qualquer outra escola no Brasil, não requeria estudo ou título anterior para ser admitido, da mesma forma que alguns dos formados nessa instituição tinham vaga garantida em instituições de ensino superior mantidos pelo governo sem ter que participar de nenhum processo seletivo. Era um colégio para gente privilegiada.

    Sob a tutela do Estado se consagrou uma política pública elitista. Destinada a uma pequena parcela da nação denominada pela lei de “cidadãos”. Essa política de educação implantada na maior metrópole do Brasil também serviu de modelo para a criação das instituições ditas públicas das oligarquias regionais que serviam para formar bons e competentes funcionários públicos entre os filhos das classes urbanas, minoria populacional brasileira.

    A criação de colégios públicos dos governos dos estados que garantia capacitação técnico-profissional para as oligarquias regionais foi o marco do surgimento do ensino médio (ou secundário) brasileiro, colocado entre o ensino primário (ou popular) e o ensino superior. Entre as profissões ensinadas nesses colégios era normal cursos de magistério para professoras, internatos para meninas que viravam professores

     As Instituições religiosas descendentes das antigas missões jesuíticas por serem católicas com privilégios governamentais, como o monopólio da exploração da fé do povo em cultos realizados nos únicos templos permitidos em nosso território, continuaram atendendo aos pobres para quem além de oferecer orientação moral e espiritual, ensinavam o mínimo letramento e uma visão de mundo sustentada no conhecimento Bíblico. Para a maior parte do Brasil, para as classes campesinas espalhadas pelos sertões e pelo interior do grande território agricultável do país, as aulas e sermões dos padres garantiam a educação primária, que não era requisito para cursar o ensino secundário que por sua vez em alguns casos dispensava a seleção para uma vaga na educação superior.

Professor Fábio Freitas