CONSCIÊNCIA NEGRA

Retratação artística de Zumbi

    Falar de negro no Brasil é falar do nosso passado escravocrata. Da mesma maneira quando falamos de escravos por aqui, logo pensamos nos negros e erroneamente somos levados a associar que sempre, em qualquer lugar, quando falamos de escravos falamos de negros. Não é bem assim. O trabalho escravo foi muito utilizado em diversos povos e culturas pelo mundo. Mas na Grécia ou na Roma antiga, por exemplo, povos que usaram em larguíssima escala o trabalho escravo, esses em sua maioria eram brancos feitos prisioneiros.

    Foi na América, no período da história moderna, sob a égide do mercantilismo, que o escravo africano tomou o vulto que repercute até hoje entre nós, ao ser introduzido como pilar da economia colonial montada pelos exploradores europeus aqui. Também é frequente, nesse contexto, esquecermos da escravidão indígena em nossas terras, dada a relevância e a magnitude que a escravidão africana alcançou em terras brasileiras. Os povos originários do nosso continente também sofreram e muito com a escravidão e outras formas de exploração do seu trabalho.

LIÇÕES ANTIGAS E ATUAIS

No século XVII, um missionário católico lusitano, o Padre António Vieira, proferia reflexões usando e abusando de expressões em latim e temas bíblicos, em falas que lançavam olhares críticos sobre a sociedade de seu tempo, e suas palavras, pasmem, soam com uma atualidade assustadora.

Vieira veio ao Brasil catequizar índios e desenvolveu com eles um olhar diferenciado da história e dos acontecimentos da sua época. E essas reflexões ficaram registradas nos famosos sermões do padre.

Um desses sermões mais corajosos e contundentes é o  "Sermão do Bom Ladrão", escrito em 1655, em que ele usou a história bíblica do crucificado que foi salvo para tecer uma tese teológica e a partir dai estabelecer um princípio de justiça social: 

"Não há salvação sem a restituição do que foi roubado."

O RENASCIMENTO

 A conjuntura cultural europeia após o choque das Cruzadas e o nascimento da modernidade.

     

    Da arte rupestre, passando pelos traçados mais diversos em diversas superfícies, os desenhos humanos evoluiram até chegarmos a pintura em telas e em papel. As "novas" formas de pintura, os retratos criados pelos europeus constituem vestígios materiais desse processo de transformação social por que passou a Europa.