A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO BRASIL

Maria Quitéria
Insisto reiteradamente que História é processo, é um movimento constante de mudanças ao longo do tempo. “Tudo muda o tempo todo no mundo” (não me canso se citar Lulu Santos). A rigor, "tudo muda", não é perfeitamente exato, história é feita de permanências também, como o fato de que “tudo muda”, isso não muda. O que aconteceu, aconteceu, também não muda, no entanto, o entendimento, a interpretação e a narrativa do que aconteceu estão suscetíveis as constantes mudanças na história. Quando estudei pela primeira vez o assunto que trato aqui, a abordagem era diferente. Os respectivos capítulos dos livros didáticos de história eram intitulados com “Independência do Brasil”. O que mudou? Menos ufanismo e mais criticidade na análise.

Numa avaliação, em termos bem sintetizados desse processo, podemos concluir que o Brasil enquanto colônia desenvolveu, desde o início de sua formação, por uma imposição de Portugal, uma dependência econômica estrutural por produtos manufaturados e industrializados vindos da Europa e os acontecimentos políticos do movimento de ruptura com a metrópole lusitana não foram capazes de romper com essa dependência. Portanto seria mais preciso falar em independência política do que apenas em independência. Mas o olhar crítico persistiu suspeitando dessa “independência” que resultou na continuidade do mando político por um membro da família real portuguesa, como monarca do Brasil. Que independência foi essa em que deixamos de ser governado pelo Rei de Portugal para sermos comandados pelo filho desse Rei? Filho e herdeiro legítimo! Evidentemente os acontecimentos de 1822 não romperam inteiramente os laços com Portugal, muito menos com a dependência econômica externa.

DIA DO ESTUDANTE


"A Estudante de" Anita Malfatti

    Tem dia pra tudo. Tem dia pra descansar; Tem dias de muito trabalho; Tem dia para comemorar; Tem dias felizes e outros nem tanto;  A vida de cada pessoa é uma sequência de dias. Uns dias são mais longos, outros mais quentes e outros mais ou menos úmidos e/ou chuvosos. 11 de agosto em nosso país é o dia do estudante. Um dia como tantos outros, feitos de luz e sombras.  E luz é a melhor metáfora para o conhecimento que conheço e o dia, quanto mais iluminado, melhor mostra suas cores.

    O Dia do Estudante e a data de 11 de agosto foi instituído pelo decadente estado oligárquico brasileiro em lei no ano de 1927. Esse dia referia-se a data de fundação das duas primeiras instituições públicas de ensino superior do Brasil durante o reinado de Dom Pedro I, as faculdades de ciências jurídicas de Olinda e São Paulo.

    O merecido Dia do Estudante mais se justifica à medida que sua celebração evoca a reflexão sobre a questão da educação. Direito reivindicado e conquistado pelos movimentos sociais resultantes da atuação política de nossos antepassados, que mesmo alijados de direitos e alienados da riqueza que produziram, legaram para o presente inúmeras conquistas. A educação foi uma conquista e todo estudante deve encarar a escola como uma conquista.

Anita Garibalde

Estátua na Itália

Laguna que fica atualmente no Estado de Santa Catarina, foi o marco do antigo Tratado de Tordesilhas e o local de nascimento de um dos maiores vultos femininos da história do Brasil. Uma mulher de luta, de muitas lutas e batalhas nos dois hemisférios desse planeta, onde deixou legados de conquistas e vitórias.

Em 1839, com dezoito anos de idade, rompeu o casamento, enquanto seu ex-marido alistou-se nas forças do Império ela tomou outro partido e pegou em armas ao lado das tropas farroupilhas. Anita calçou botas por baixo do vestido e pegou em armas para lutar por liberdade.

Participou das batalhas navais e dos momentos mais críticos da guerra civil instaurada no sul do Brasil com a revolta dos "farrapos," e suas ideias liberais e republicanas que ameaçavam romper com a unidade política do Império Monárquico brasileiro. Antes do derradeiro Tratado do Ponche Verde que celebrou o fim dessa que foi a maior guerra civil do Brasil, Anita refugiou-se na não menos tensa banda oriental do Uruguai antes de rumar para a Velha Itália onde passou seus últimos momentos de vida e de envolvimento político e militar nas lutas nacionalistas do século XIX. Anita morreu jovem, não conseguiu completar 28 anos, mas sua curta existência deixou filhos e frutos. Mulher, mãe e lutadora Anita foi uma revolucionária que protagonizou as lutas nacionalistas que inspiram toda luta da classe trabalhadora contra a opressão do capital e dos patrões.


Escrevi  essas palavras para colaborar com essa outra postagem de um amigo meu confira aqui:

10 história de mulheres revolucionárias que você não aprendeu na escola