O processo de colonização da América pelos espanhóis é chamado comumente de conquista. Penso que, ainda que no caso espanhol, a ação militar de conquista seja mais evidente, podemos estender o termo conquista a todas as nações europeias que se lançaram à empreitada colonizadora da América. Foram cinco essas nações europeias que trataram de conquistar territórios na América: Espanha, Portugal, França, Holanda e Inglaterra, mais ou menos nessa ordem.
A Espanha, ao mesmo tempo em que, “descobriu”, a América, descobriu também as populações mais desenvolvidas e populosas do novo continente. Primeiramente Astecas e Maias e posteriormente o Império Inca. Essas destacadas culturas nativas, entre outras realizações, conheciam a metalurgia em especial a do ouro e da prata, metais utilizados como matéria prima da fabricação de moedas na Europa e que despertavam a ganância por lá. Para se apropriar das riquezas dos territórios do novo mundo, os espanhóis precisaram subordinar os povos que já ocupavam essas regiões. Com tropas enviadas para a América, iniciaram as guerras de conquista, nas quais foram extremamente eficientes.
Os recém chegados espanhóis trouxeram consigo uma tradição guerreira. A Espanha foi uma nação construída pela ação de cavaleiros cruzados, que expulsou a ferro e fogo, na Guerra de Reconquista, os infiéis que haviam ocupado a península Ibérica na idade média. A propósito, Portugal surgiu da mesma maneira, ou seja, a partir da guerra contra muçulmanos (chamados de mouros) de quem tomaram o território que posteriormente formou seu reino. A propósito novamente, franceses, holandeses e ingleses também estiveram envolvidos em muitas guerras antes de colonizarem a América, quer dizer, já tinham preparo militar para a conquista que tiveram que realizar. Essas nações tinham experiência de guerra até entre si mesmas.
Portugal e Espanha, pioneiros do processo de expansão marítima e comercial europeia, esforçaram-se em efetivar uma política de boa vizinhança e acertaram acordos para dividir os domínios além mar. Esses acordos, mediados pelo Papa, autoridade máxima do catolicismo, de muito prestígio entre as populações desses países, por quem ambas já haviam pegado em armas para defender os interesses, evitaram guerras entre os Ibéricos que puderam concentrar esforços para conquistar e dobrar a sua vontade outros povos fora da Europa.
A emergência das novas potências marítimas europeias, França, Holanda e Inglaterra (mais ou menos nessa ordem), agitou a estabilidade diplomática construída por Portugal e Espanha. Os novos personagens do renascimento comercial europeu, passaram a disputar seu quinhão entre as novas rotas comerciais que ligavam os europeus ao Oriente e à América. Nesse momento a conquista do mar e de territórios distantes, tanto como a busca por especiarias e metais preciosos gerou grandes conflitos entre os principais reinos da Europa que viviam sua consolidação enquanto estados-nacionais.
Para entrarem nos negócios ultramarinos, as nações novatas tiveram que tomar várias providências, entre elas, contratar bons navegadores, muitas vezes vindo do estrangeiro e até das terras Ibéricas. Bom, o famoso Colombo provavelmente era de origem genovesa e foi contratado pelo governo espanhol. A estratégia não era nova. Para realizar perigosas e desafiadoras longas viagens marítimas eram necessários bons e experientes navegadores. Interessante que entre os notáveis bons navegadores daquela época, figuravam notórios foras da lei dos mares, os chamados piratas.
Para portugueses e espanhóis, qualquer navegador que cruzasse suas pretensas posses marítimas eram piratas. A prática de abordar e saquear navios alheios, já era muito antiga nas águas do Mar Mediterrâneo. A expansão marítima europeia, levou no seu rastro a natural expansão da pirataria mediterrânea. Também não foi uma inovação da época a contratação de piratas por governantes. No entanto, o volume com que isso passou a acontecer foi um marco dos tempos modernos. Através das cartas de Corso os reis da França e Inglaterra construíram verdadeiras marinhas de guerra. Os piratas contratados pelas cartas de corso ficaram conhecidos como corsários. A ação violenta de piratas e corsários europeus no processo de ocupação das terras Americanas só fortalece minha percepção de que as terras da América tiveram que ser conquistadas.
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