Pela manhã a Assembleia Geral do CPERS/Sindicato no lotado Ginásio Gigantinho, ,"como a anos não se via," era o que se dizia, em especial depois de votarmos na inovadora proposta de GREVE UNIFICADA POR TEMPO DETERMINADO que venceu a proposta conservadora da greve geral por tempo indeterminado.
Durante o sol quente do meio dia saimos em marcha até o Largo Glênio Peres em Porto Alegre. Eu com minha bandeira, minhas colegas com suas sinetas, muita gente fazendo barulho com palavras de ordem, meus companheiros e companheiras por perto.
Até meu almoço foi especial nesse dia. ali mesmo na calçada participando de tudo o que estava acontecendo. Eramos quatro cada vez mais amigos e com menos fome de comida do que da vontade de viver aquele dia, com mais umas dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias profissionais, em especial os servidores do Executivo Estadual.
Esse foi o maior ato público, de protesto, que já vivi. Dezenas de milhares mesmo. Uma multidão que antes mesmo do horário das 14 horas, com estava previsto o início, já ocupavam o espaço do centro da capital gaúcha ao lado do histórico mercado público.
Tenho alguns camaradas que participaram da resistência a ditadura militar no Brasil. Conheço muitos outros que viveram o período da abertura democrática e viveram a campanha das Diretas Já. Talvez o movimento que vemos hoje possa se comparar aquele momento no quesito povo na rua. Eu sou da geração Cara Pintada, que até esse dia era o maior movimento de massa que já tinha visto.
Como militante penso que o movimento que construímos desde aquele dia até hoje no Rio Grande do Sul e em Estados como o Paraná e São Paulo é o maior movimento cívico dos últimos anos da história do Brasil. Um movimento que coloca a luta de classes em um novo patamar a partir de uma resposta a altura ao avanço neoliberal no nosso Estado.
A unificação de diversas categorias com uma pauta política comum que supera as lutas corporativas e meramente salariais de cada segmento, colabora para o amadurecimento da consciência da classe trabalhadora. Nesse momento fica clara a necessidade da união dessa classe para enfrentar um inimigo comum, o Estado Burguês, comprometido com os capitais que financiam a corrupção para a manutenção e a garantia do lucro fácil. A elevação dessa consciência é uma necessidade histórica para a vitória do socialismo. A união é o caminho para um futuro melhor.
Professor Fábio Freitas
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