Segunda feira, dia 16 de setembro de 2013 é dia de volta as
aulas em muitas escolas da rede pública estadual, penso que são as maiores
escolas do estado, as que tem o maior número de alunos e que aderiram a greve
deflagrada dia 23 de agosto deste ano e que
foi encerrada em Assembléia Geral 3 semanas depois no dia 13 de setembro.
Também é dia de retorno de muitos professores que isoladamente fizeram greve
enquanto suas escolas persistiam em manter os dias letivos. De qualquer forma é
o primeiro dia de aula após a Greve. Um dia de acerto de contas, de balanço e
avaliação da mobilização suspensa e nesse dia fica uma pergunta: valeu a pena?
É o primeiro questionamento que temos que atender. Nossos
alunos sempre querem saber “o que vocês ganharam com isso,” Os pais, vizinhos, amigos, parentes, todos
querem saber, conseguiram alguma coisa? Hora todos já sabem que Greve é para
ganhar alguma coisa, geralmente um aumento salarial, da mesma forma é sabido
que sem pressão nenhum governo até nossos dias concedeu nenhum benefício aos
trabalhadores. Para começar minha resposta a essas questões quero levantar
questões objetivas e subjetivas. Objetivamente nossa luta teve como conquistas
os seguintes itens:
Compromisso do governo em atualizar as promoções para professores
e funcionários de escola. Para os professores o compromisso é publicar o
primeiro bloco de promoções atrasadas do magistério, referentes ao período de
2003 – 2010, até o final de outubro e as promoções referentes ao período de
2010 – 2013 no primeiro trimestre de 2014. Quanto às promoções dos funcionários
de escola o governo afirmou que irá se manifestar no decorrer dos procedimentos
do concurso público para o quadro de funcionários de escola previsto para o
segundo semestre de 2013.
Quanto a revisão do Vale-refeição, importante e antigo ponto
de pauta de nossas reivindicações, a
Casa Civil agendou um encontro com a Direção do CODIPE/SARH no dia 12/09, onde
o Comando Geral da Greve entregou uma proposta de reformulação da lei. O
governo se comprometeu em desencadear o debate, envolvendo o conjunto de
representações dos outros servidores públicos que também são envolvidos no
assunto. Uma nova reunião está marcada para o dia 23/09.
O governo também se dispôs a discutir a demanda da revisão
do vale transporte e atender a reivindicação de que ele seja proporcional ao
regime de trabalho.
Garantia de licença maternidade de seis meses para os
professores e funcionários contratados.
Ampliação do investimento em educação com vistas a alcançar
o percentual de 35% do orçamento do estado para essa área conforme previsão da
Constituição Estadual.
Abono das faltas não justificadas dos dias de paralisação
nacional e dos dias parados da atual greve mediante a apresentação do
calendário de recuperação das aulas.
Também podemos falar de conquistas subjetivas como a grande
adesão ao movimento de professores novos que mesmo estando em estágio
probatório não sucumbiram às pressões governamentais e tiveram a coragem e
honradez de vestir a camisa de luta da categoria e partir o batismo de fogo participando
ativamente da nossa Greve. Essa atitude de muitos dos novos professores é um
grande motivador da nossa luta e nos dá esperança em um futuro muito melhor a
nossa categoria, a educação e ao próprio desenvolvimento nacional.
Outro diferencial dessa Greve foi o apoio, a solidariedade e
a compreensão da sociedade as nossas causas em especial o apoio e participação
dos nossos alunos a nossa luta, apoio e participação marcante e comovente sendo
a preocupação em não prejudicar os alunos do terceiro ano do ensino médio em
sua preparação para o vestibular e ENEM uma das razões da decisão para a volta
as aulas.
Outra conquista foi a paralisação das aulas e a adesão ao
movimento em escolas onde normalmente não se fazia Greve. Mais um sinal de que
em novos enfrentamentos no futuro estaremos melhor preparados e com certeza
teremos mais conquistas.
Para quem leu até aqui e não entendeu ainda, não tivemos
ganho salarial e com certeza tivemos poucas conquistas, mas tivemos conquistas sim,
conquistas que sem a luta não existiriam. Essas conquistas foram com certeza
proporcional ao tamanho da nossa mobilização. Se tivéssemos maior adesão dos
nossos colegas teríamos mais conquistas. Mas essa maior adesão ainda está por
ser construída pois mais uma vez demonstramos que não adianta, não muda nada
baixar a cabeça e lamentar a situação e para cada conquista que teremos que
alcançar um esforço maior será exigido.