Se fizer a barba e usar alguns cosméticos,
cada vez mais populares entre a população masculina contemporânea, chego a
representar menos idade ainda. Hoje em dia as pessoas chegam a viver mais de
100 anos de idade, sem que isso seja alguma coisa muito especial.
Tivemos muita evolução no tratamento de doenças e na
prevenção das mesmas, existem poções e elixires que chamamos de vacinas e podem
simplesmente tornar as pessoas imunes a determinadas doenças e evitar muitos males que dizimaram multidões no seu tempo.
Muitas coisas mudaram desde o tempo em que vocês viveram
nesse mundo. Vivemos mais e vivemos melhor do que na sua época e com certeza algumas
criações culturais suas colaboraram decisivamente para isso.
Primeiro o sabão. O sabão e muito de seus derivados atuais nos
ajudam a limpar não só as roupas. Existem espécies de sabão para limpar de
tudo em especial o corpo. Um sabão especial para os cabelos que chamamos de xampu, um sabão
especial para os dentes, um sabão especial para limpar cada coisa e acreditem,
a limpeza e a higiene fazem bem para a saúde e com certeza ajudam a viver mais
e melhor.
Mas outra invenção sua é fundamental no mundo de hoje: o
Alfabeto. Não usamos exatamente o seu alfabeto. Nosso alfabeto é resultado de
uma adaptação que os romanos fizeram no Alfabeto usado pelos helenos, que por
sua vez foram os primeiros a criarem uma variante aperfeiçoada do seu sistema de sinais
gráficos que representam os sons e com os quais podemos grafar toda as palavras
pronunciadas pela voz humana.
Mas a maneira que escrevemos é resultado do Alfabeto que
vocês criaram e cada vez mais esse sistema de escrita é popularizado. Quase
toda a humanidade hoje tem acesso ao aprendizado da escrita, não sendo essa
técnica um privilégio de poucos ou um simples instrumento de controle de algum monarca teocrático como no seu tempo. Aliás o tempo dos monarcas também já
acabou e eles não reinam mais soberanos ditando suas leis e pregando suas
crenças como vocês viam acontecer entre seus vizinhos.
Na verdade conseguimos melhorar muitas de suas ideias. Para
escrevermos atualmente não usamos mais a tinta púrpura e os pergaminhos de
couro. Utilizamos tintas ou grafite derivados principalmente do petróleo e
riscamos para aprendermos a técnica numa folha fina e leve que chamamos de papel, nome que deriva de papiro
a fonte inspiradora dessa maravilha mas que agora é feita de árvores. Isso mesmo, usamos
árvores como matéria prima para fazer nossos livros. As árvores tem uma importância muito grande no mundo atual. Vivo em um reino que chamamos de país e que tem nome de árvore. Plantamos
árvores para isso, acho que as do seu tempo todas já foram derrubadas e como a
natureza não conseguiu recuperar tudo o que gastamos o jeito foi começar a
plantar árvores. Achamos novas e sensacionais utilidades para a madeira que
lhes serviam para fazer navios e como mercadoria. Hoje nossos navios são bem
maiores e feitos de metal. Também como é o meu caso agora, usamos máquinas que registram a escrita diretamente em uma tela eletrônica que se conecta a
muitas outras mundo afora. Mas o computador e a internet que vocês jamais
previram não seriam possíveis sem o Alfabeto.
Nosso mundo está completamente mudado para melhor. É claro
ainda não chegamos a perfeição e muitos problemas sociais do seu tempo
continuam presentes. Continuamos convivendo com incríveis desigualdades
sociais. Mas o escravismo hoje é uma coisa proibida e ilegal não sendo tolerada
por nenhum governo. Mas ao invés de escravos temos pobres que talvez vivam em uma situação de
penúria maior do que a dos escravos que conheceram e são gente livre. Livres e
miseráveis. Essa é nosso pior problema, nosso maior dilema e superar isso nosso
maior desafio. Mas o letramento e a popularização da escrita criada por vocês é
uma ferramenta poderosa para conseguirmos mudar ainda mais e para melhor nosso
mundo.
Como gostaria de voltar atrás e agradecer aos fenícios em
nome de toda a humanidade as suas criações que ajudaram e com certeza ajudaram
ainda mais a fazer do nosso Planeta Terra um lugar melhor para se viver!
Professor Fábio Freitas