Não quero falar das últimas descobertas que
comprovam cientificamente a interferência da radiação dos
aparelhos celulares que atravessam diariamente nossos corpos, das baterias e dos fones de ouvido que prejudicam nossa saúde. Gostaria apenas de dar o depoimento de um professor sobre a lei estadual do Estado do Rio Grande do Sul que em 2008 proibiu o uso de aparelhos celulares nas salas de aulas gaúchas.
aparelhos celulares que atravessam diariamente nossos corpos, das baterias e dos fones de ouvido que prejudicam nossa saúde. Gostaria apenas de dar o depoimento de um professor sobre a lei estadual do Estado do Rio Grande do Sul que em 2008 proibiu o uso de aparelhos celulares nas salas de aulas gaúchas.
Estudando a história do direito aprendi que quando um
governo faz uma lei proibindo alguma coisa estamos falando de uma coisa que
ocorre frequentemente. Se o comportamento proibido não existisse não haveria
motivo para proibi-lo. Quando uma lei romana proibiu o casamento entre
patrícios e plebeus é por que isso ocorria com frequência e estava incomodando
alguém. Se o jogo do bicho foi proibido no Brasil, com certeza muitos
apostadores e muito dinheiro em prêmios, incomodavam. A proibição do uso do
celular em sala de aula é portanto um resultado de uma dessas práticas comuns que quando começam a fazer
parte da nossa rotina escolar começam a incomodar.
Sei que as novas tecnologias de informação e comunicação
podem e devem ser aproveitadas no processo educativo contemporâneo. Mas isso dentro de um planejamento e com a orientação de um mestre que com certeza levará em conta a possibilidade de envolvimento de todos os alunos numa determinada atividade, não se pode planejar uma aula diferente, apenas para um seleto grupo que tenha acesso a um celular com mais recursos. Um aluno
com um microcomputador novinho só pode pensar nos pontos positivos e nas vantagens da utilização do seu aparelho, uma linda maquininha moderna travestida de
celular que tira fotos e toca música, uma ferramenta
quase milagrosa, resultante do máximo da evolução científica humana e que portanto só pode ajudar. Mas objetivamente a coisa não é tão simples quanto
parece. Recomendo que essas crianças felizes com seus brinquedos antes de iniciar uma apologia a internet que façam uso particular do seu querido bem. Quer ser feliz com seu celular, que seja, ame-o se desejar, mas que não me venha querer que eu conviva e divida meu afeto com ele também.
O que observo com frequência é um excessivo e às vezes até
compulsivo e desaconselhável uso do celular entre uma faixa etária escolar que
compreende hoje a maior parte dos alunos dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio. Um uso consumista que distrai e no mínimo divide a atenção dos alunos.
Desligar o celular em um torneio de xadrez é obrigatório. Se qualquer aparelho eletrônico emitir som num concurso público, seu dono é eliminado. Um celular tocando numa apresentação de teatro é com certeza uma grande demonstração de falta de educação. Da mesma maneira não posso aceitar o livre transito de celulares pelas salas de aula. Na sala de aula o celular só pode ser admitido com a orientação do professor ou em casa de emergência e não é o que tenho presenciado.
Desligar o celular em um torneio de xadrez é obrigatório. Se qualquer aparelho eletrônico emitir som num concurso público, seu dono é eliminado. Um celular tocando numa apresentação de teatro é com certeza uma grande demonstração de falta de educação. Da mesma maneira não posso aceitar o livre transito de celulares pelas salas de aula. Na sala de aula o celular só pode ser admitido com a orientação do professor ou em casa de emergência e não é o que tenho presenciado.
O celular e seus sons e luzes são em geral uma distração e
só fazem os alunos perderem o foco e a atenção necessária ao bom andamento dos
estudos. Pior é quando uma chamada, até um engano desperta uma turma inteira ao som daquela
música super bacana segundo o gosto do dono do aparelho. O celular e seus poderes dispersa a concentração de uma classe inteira.
E o sermão que para um ouvir toma o tempo de todos incomoda e atrapalha tanto quem quer aprender quanto quem quer ensinar.
Resultado do mau uso veio a proibição, isso é outra coisa
que aprendi e que gostaria de ensinar. Quando não se faz bom uso de alguma coisa e
a tratamos com desleixo corremos um alto risco de perder isso. Com a liberdade
também ocorre esse fenômeno. Se você faz mal uso da liberdade corre um sério risco de perdê-la e as vezes damos mais valor para uma coisa ao perdê-la e então fazemos o possível para recuperá-la. A sala de aula como local de aprendizado deve servir para exercitar bons hábitos e costumes da vida no coletivo. A proibição, permissão e disciplinação para o uso do celular na educação tem que estar ligado a um fundamento pedagógico. Que melhor local para aprender a manusear corretamente um celular que uma sala de aula? Na sala de aula o melhor é seguir a orientação do professor e se ele disser para desligar o aparelho não teimem façam o favor.
Professor Fábio Freitas